O Rolé Carioca por quem foi à Penha
Por Rolé Carioca,
Moradores de Olaria, Rafael Carvalho, 27 anos, e Téo Cordeiro, 33 anos, ainda não tinham feito um roteiro histórico por sua vizinhança. Já rodaram a região do subúrbio da Leopoldina por outra causa: os dois militam pela preservação ambiental da Serra da Misericórdia, maciço que se estende por 27 bairros da Zona Norte do Rio e apresenta degradação pelo crescimento do Complexo do Alemão e também por atividades de mineração nas pedreiras.
Na Penha, conheceram o #RoléCarioca e um pouco mais das histórias leopoldinenses. Para Téo, que é formado em Ciências Sociais, a ideia de uma aula pública deveria ser inserida no curso de história do ensino básico: "Imagina se todos os professores da região aqui da Leopoldina fizessem um desses por mês com suas turmas? Seria uma aula de história maravilhosa! Você faz um semestre num dia, é muito mais pragmático, faz mais sentido a história geral mais a história local." Os dois sugeriram um desdobramento pro Rolé: expor o relato vivo das pessoas que vivem no bairro, uma visão que ainda não foi documentada por nenhum livro de história.
- Como ficaram sabendo do Rolé Carioca?
(Téo) Fiquei sabendo por um centro cultural daqui, a Arena Dicró. Eles divulgaram e foi assim que soube do passeio.
- Já haviam feito algum tipo de passeio pela Penha ou por esta região?
(Rafael) Não, gostamos de saber sobre a história e estudamos a região. Só que, um passeio assim, a gente nunca tinha feito.
(Téo) Temos contato com moradores aqui da região da Leopoldina que têm interesse em contar histórias. Não somente as grandes histórias, mas também as pequenas. Já temos acesso a isso, mas essa ideia de caminhar, fazer um roteiro caminhando, é nova pra gente.
- Como moradores da região, sentiram falta de algo neste Rolé?
(Téo) Pro morador local, existe uma certa ansiedade de querer falar sobre a sua história no local. Então, esse seria o desafio pro Rolé: juntar a necessidade de falar da história que foi estudada, já que são historiadores e precisam falar sobre o que estudaram, com a necessidade do morador local querer contar detalhes, falar dessa vivência deles, da visão do morador local sobre essa história.
(Rafael) Seria uma oportunidade interessante para quem participa de poder expor um relato vivo das pessoas que vivem ali. São visões que ainda não foram documentadas.
(Téo) Existe um projeto que já faz esse contraponto, que é o Ágoras, do pessoal do Norte Comum, que fala da história sem falar da história, só dando a palavra pros moradores locais. Então podia ter um "meio do caminho". Talvez não dê, porque a proposta é caminhar, fica cansativo... Mas, se depois do passeio, houvesse uma roda de debate, para os professores e moradores conversarem. Poderia ser um desdobramento do Rolé Carioca, para algumas regiões, as mais habitadas, não seria para todas as regiões.