Podemos dizer que o subúrbio do Rio começou quando Estácio de Sá doou aos jesuítas a Sesmaria de Iguaçu – uma enorme extensão de terras que incluía os atuais bairros do Grande Méier, Grande Tijuca e São Cristóvão. A área que ia de Benfica até o Engenho de Dentro foi sendo gradativamente ocupada a partir da criação da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Engenho Novo, em meados do século XVIII. Chácaras, capelas e entrepostos comerciais formavam pequenos núcleos, naquela ocasião predominantemente rurais. A partir da abertura da Estrada de Ferro D. Pedro II (1858) e de estações intermediárias até Cascadura, os subúrbios cresceram em paralelo com a linha férrea, ganhando loteamentos de terra e contornos mais urbanos.
A Linha Auxiliar (E. F. Rio Douro) incrementou essa expansão em outro sentido e de forma mais irregular, permitindo o aparecimento dos atuais bairros do Cachambi, Maria da Graça e Del Castilho, os dois últimos integrados atualmente à vizinha Região Leopoldina. Em 1879, a Companhia Ferro-Carril de Cachambi, com bondes puxados a muares, passou a fazer a ligação entre esses bairros até a estação do Engenho Novo. Já no século XX, com o acesso facilitado a novas indústrias do entorno, toda a região do Grande Méier cresceu exponencialmente em termos demográficos, fazendo com que bairros limítrofes se confundam e até mesmo “desapareçam”. Em meio ao crescimento, pequenas joias seguem preservadas na paisagem do subúrbio.
Imagem: Grande Méier, 1957, Acervo IBGE
Inaugurado em 1986, é considerado o primeiro empreendimento comercial de grande porte da Zona Norte e deu início a um período de revitalização de antigos terrenos, quando foi alterado o uso do solo de industrial para a prestação de serviços e cultura. Foi erguido no terreno de uma antiga fábrica da Klabin, só que sem guardar as características da planta industrial, como aconteceu nas instalações posteriores do Bangu Shopping e Shopping Nova América.
Imagem: Hamilton Lima, CC Creative Commons
Administrada como capela da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição Aparecida no mesmo bairro, foi alçada ao status de comunidade independente em 1983. A paróquia está erguendo um centro pastoral para abrigar pastorais e atividades de catequeses de jovens e adultos, grupo jovem, brechó, escoteiros, acolhimento e apostolado de oração.
Imagem: Facebook Paróquia
A pequena praça presta homenagem a um ilustre morador do bairro, o cantor Orlando Silva (1915 — 1978). Nascido no Engenho de Dentro, o chamado “cantor das multidões” deixou mais de 1.400 músicas gravadas e passou boa parte da vida no entorno do Cachambi. Ao longo dos anos, recebeu diversas homenagens. Entre elas este local, onde há um busto do cantor, esculpido em bronze.
Imagem: Google Street View
Desde que foi fundado, em 1920, pelas Irmãs Missionárias Servas do Espírito Santo, o educandário tem o compromisso de educar crianças e jovens na perspectiva cristã. Dentro dessa linha de valores, procura aliar tradição, contemporaneidade e inovação para a formação do cidadão consciente, construtor do próprio conhecimento, capaz de conviver com as diferenças e de responder, crítica e criativamente, às demandas do mundo atual.
Imagem: Site Colégio Coração de Maria
Talvez a única construção religiosa do Brasil em estilo mourisco. A obra da igreja teve início em 1909 e estendeu-se até 1917, sendo que a torre foi terminada em 1924. Além da rica decoração em detalhes geométricos em mosaicos e ladrilhos, a igreja possui portas talhadas em jacarandá. Elevada à categoria de basílica em 1964, tem uma nave central com 64 metros de comprimento por 24 metros de largura.
Imagem: Wikimedia Commons
Inaugurado em 1919, é um projeto dos arquitetos Pedro Viana da Silva e Arquimedes José da Silva e foi construído em uma área de 13 mil metros quadrados, onde antes ficava a chácara que pertencia ao Dr. Arquias Cordeiro. Por muitas décadas, foi a principal diversão das famílias do bairro. Após um tempo de abandono, a praça passou por reformas e hoje voltou a ser uma área de lazer para os moradores da região. Seu coreto octogonal, feito de madeira decorada com a base em granito, já foi palanque para políticos e ainda hoje recebe encontros religiosos e shows musicais.
Imagem: Divulgação/Inepac
Iniciou suas atividades em 12 de outubro de 1920 sob a denominação de Serviço Auxiliar do Pronto Socorro do Méier. Em 28 de novembro de 1951, teve seu nome mudado para Dispensário do Méier. Somente em 27 de março de 1963, recebeu a sua atual denominação.
Imagem: Divulgação/Secretaria de Saúde
Devido a sua proximidade com o Méier, é comum ouvir que o Cachambi não existe. Sua geografia costuma ser confundida muitas vezes com a de Todos os Santos. A verdade é que esses bairros “se esbarram” em algumas vias, como por exemplo, as ruas Honório e Getúlio. Essa imprecisão marca um fato histórico muito noticiado: a prisão de Luís Carlos Prestes e de Olga Benário, em 1936. Apesar de o caso ter sido registrado como ocorrido no Cachambi, na Rua Honório 279, consta que o local do esconderijo foi o número 270 da rua, referente ao bairro de Todos os Santos.
Já reparam nos vitrais e claraboias do Norte Shopping? São um projeto de autoria do artista Brian Clarke, que recobriu toda a estrutura do teto com vidro supercoloridos. Para quem não conhece, o inglês é o mais celebrado criador de vitrais contemporâneos - arte que deixou de ser exclusiva de locais sagrados como foi no passado. Brian também decorou com vitrais o centro comercial Victoria Quarter em Leeds, no Reino Unido, e a Pirâmide da "Paz e Reconciliação", no Cazaquistão.
O autor do projeto da Basílica Imaculado Coração de Maria teria se inspirado no estilo mudéjar espanhol da igreja de Santa Maria La Blanca da cidade Toledo. Também conhecido como mourisco, esse estilo floresceu no século XII na Espanha, durante as guerras da Reconquista. Nesse momento, em que houve a reconstrução de igrejas católicas arruinadas (a maioria em estilo românico), foram acrescentados elementos dos estilos gótico e árabe. Portanto, ao contrário do que se diz por aí, o mudéjar não é de influência islâmica, mas sim árabe, numa fusão com o românico e o gótico.
Durante a perseguição promovida pelo Governo Vargas a Luís Carlos Prestes e a Olga Benário, o casal se escondeu na rua Honório, limite entre Todos os Santos e Cachambi. Essa perseguição acabaria por mandá-la para um campo de concentração na Alemanha e ele para um longo período na prisão. Olga era uma agente soviética bem treinada e foi enviada para trabalhar em prol do comunismo no Brasil, sendo designada chefe da segurança pessoal de Prestes. Acontece que, em meio às ordens e à busca por camaradas, não resistiram ao amor!
Aberto ao público em 1954, como Cine Imperator, o maior cinema da América Latina até então, tornou-se referência na cidade. Em 1991, passou a ser utilizado como casa de espetáculos, por onde passaram estrelas da música como Bob Dylan, Tina Turner, Tom Jobim, Caetano Veloso, Gal Costa, Tim Maia. Esteve fechado entre os anos de 1996 e 2012, retomando as atividades como Centro Cultural João Nogueira, espaço para shows com cinema, teatro, galeria de arte e um bistrô.
Rua Dias da Cruz, 170
Telefone: (21) 2597-3897
www.imperator.art.br
Imagem: Site Imperator
Criado recentemente dentro da chamada Catedral da Fé da Igreja Universal do Reino de Deus, é um espaço cultural que abriga a maior maquete da Jerusalém Antiga fora de Israel. Nesse espaço, em pleno Rio de Janeiro, é possível ter uma aula de História Antiga e do histórico da cristandade no Brasil.
Av. Dom Hélder Câmara, 3970
Telefone: (21) 2582-0140
Funcionamento: Segunda a Domingo das 9 às 18h
http://centroculturaljerusalem.com.br/
Imagem: Thiago Diniz
“A verdade é a seguinte: bebi demais e comprei a birosca...” Foi assim que Marcelo Novaes, dono do Cachambeer, conta sobre o “botequim vagabundo” que ele mantinha do lado de casa, só para beber com os amigos. A birosca, hoje, é um bar imenso e ostenta a fama de maior costela no bafo da cidade, entre muitas outras diversões etílico-gastronômicas.
Rua Cachambi, 475
Tel: (21) 3597-2002
https://www.facebook.com/cachambeer/
Imagem: Facebook Cachambeer