Rolé Carioca

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Roteiro Histórico

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Museu Aeroespacial

Os caminhos do Rolé Carioca nos levam a um museu bem “diferentão” do Rio: o Museu Aeroespacial! Apelidado carinhosamente de Musal, fica num bairro que não é muito conhecido - a não ser por seus moradores – e distante do eixo de museus da cidade. Seu acervo de peças tridimensionais de grande porte revisita os aviões que fizeram história no Brasil e no mundo. Veremos em exposição uma réplica do 14-Bis, algumas das primeiras aeronaves comerciais do Brasil e modelos usados em shows aéreos da Esquadrilha da Fumaça. É um programa curioso para todas as idades, capaz de ativar nossa memória afetiva, em que vamos desvendar a participação das mulheres na aviação e conhecer bem de perto helicópteros e aviões de caça.

O Campo dos Afonsos foi um importante entreposto comercial durante os séculos XVIII e XIX, antes de se tornar local de base para a futura aeronáutica brasileira. Desapropriações e a doação de terras do governo a associação dos aeronautas civis permitiram que a região se estabelecesse como berço da aviação no Brasil. Em 1911, a primeira organização aeronáutica brasileira, o Aero Club, começou a funcionar nessa área – com Alberto Santos Dumont como presidente honorário. Por iniciativa de um grupo de aviadores italianos, o Campo dos Afonsos sediou também a Escola Brasileira de Aviação em 1914. A empreitada durou menos de 5 meses, com o envolvimento da Itália nos conflitos da 1ª Guerra Mundial. Um acordo entre Brasil e França mobilizou uma pequena missão militar francesa, que daria o pontapé inicial da Escola de Aviação Militar, em 1919.

Antes da Força Aérea Brasileira ser criada, em 1941, o Campo dos Afonsos foi denominado de 1º Corpo de Base Aérea, com a fundação do 1º Regimento de Aviação (1º RAv). Depois recebeu a designação de Base Aérea dos Afonsos (BAAF). A Escola de Aeronáutica se tornou Academia da Força Aérea em 1969 e, em 1971, a AFA foi transferida para instalações mais modernas na cidade de Pirassununga (SP). Um decreto de 1973 estabeleceu o Núcleo do Museu Aeroespacial. A partir de então, foram realizadas obras nos hangares de instrução de voo da antiga Escola de Aeronáutica, simultaneamente à coleta de acervo e à restauração de aviões e outras peças de valor histórico. Em 1976, o Museu Aeroespacial foi inaugurado. Chegou a hora de explorar essa coleção histórica!
 

Crédito da Imagem: Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica

1 Campo dos Afonsos

A história do bairro remonta à antiga Fazenda dos Afonsos, que ficava à beira da principal ligação terrestre entre o porto e o interior das fazendas do Rio. Nos tempos coloniais, Sapopemba fazia parte da freguesia de Irajá e funcionava como centro da produção canavieira do Recôncavo da Guanabara. Essas terras ficaram marcadas pelo casamento de Inês de Paredes com o senhor de engenho João Afonso de Oliveira - daí provavelmente o nome Fazenda dos Afonsos. A família dos Afonsos, como de tantas outras famílias de cristãos-novos (judeus) da época, foi perseguida pela Inquisição. A Fazenda teve vários donos, mas o nome "Afonsos", fruto da aliança entre Inês e João Afonso, permanece vivo até hoje. 

Crédito da imagem: Thiago Diniz/Rolé Carioca

2 Museu Aeroespacial

É o maior e mais importante museu de aviação militar e civil do Brasil, com mais de 15 mil m² de área com exposições permanentes, além de preservar mais de 100 aeronaves de relevante valor histórico e tecnológico. A ideia de um Museu Aeronáutico data de 1943, quando o então Ministro da Aeronáutica, Salgado Filho, determinou sua organização, sendo o trabalho interrompido por falta de local disponível. Quase 3 décadas depois, em 1971, aconteceu a transferência da Escola de Aeronáutica do Campo dos Afonsos para Pirassununga. Os hangares usados para as instruções de voo dos cadetes ficaram vazios, abrindo a oportunidade de usá-los como local para as exposições do museu.

Crédito da imagem: Thiago Diniz/Rolé Carioca

3 Esquadrilha da Fumaça

Surgiu pela iniciativa de jovens instrutores de voo da antiga Escola de Aeronáutica, sediada no Rio. Nas horas de folga, os pilotos treinavam acrobacias para incentivar os cadetes a confiarem em suas aptidões e na segurança das aeronaves utilizadas, motivando-os para a pilotagem militar. Em 1952, foi realizada a primeira demonstração oficial do grupo, com aeronaves North American T-6. Para melhorar a visualização das manobras, em 1953, acrescentou-se um tanque de óleo nos aviões para a produção de fumaça. A medida fez com que a equipe fosse batizada de "Esquadrilha da Fumaça". A primeira escrita foi a sigla "FAB", nos céus da praia de Copacabana. A partir da década de 80, modelos desenvolvidos pela Embraer passaram a ser usados nos shows aéreos.

Crédito da imagem: Thiago Diniz/Rolé Carioca

4 Salão das Velhas Garças

Ao lado de outras 10 aeronaves fabricadas e utilizadas nas primeiras décadas do século XX, destaca-se o Muniz M-7, primeiro modelo fabricado em série no Brasil pela Fábrica Brasileira de Aviões. Projetado por um oficial do Exército brasileiro, o major Antônio Guedes Muniz, foi utilizado por pilotos civis e militares da época, e apresenta a estrutura de um avião biplano com um minimotor. Até a produção e montagem do M-7, apenas projetos individuais de pequenos aviões eram desenvolvidos no país. Nesse contexto, o industrial Henrique Lage teve papel determinante para o surgimento da indústria aeronáutica nacional. Na década de 1930, o dono da Companhia Nacional de Navegação Costeira fez investimentos na divisão de sua empresa de transporte aéreo, contratando engenheiros e mão de obra capacitada na Europa para a fabricação de modelos como o M-7. 

Crédito da imagem: Thiago Diniz/Rolé Carioca

5 Santos-Dumont

Reconhecido internacionalmente por sua contribuição para a aviação, o inventor Alberto Santos-Dumont (1873 – 1932) é também o patrono da Aeronáutica brasileira. Era filho do engenheiro francês Henrique Dumont e de D. Francisca de Paula Santos. De família abastada, o jovem Alberto foi estudar em Paris e, influenciado pela leitura dos romances de Júlio Verne, povoados por máquinas voadoras, passou a ter interesse pela construção de balões. Em 1901, realizou uma ousada circunavegação da Torre Eiffel e dividiu o prêmio de 100.000 francos entre os pobres de Paris e os mecânicos que com ele haviam trabalhado na construção do aparelho voador. Suas experiências com “o mais pesado do que o ar” - o aeroplano – começaram em 1905, e no ano seguinte, obteve grande êxito com o aparelho 14-Bis, em experiências no Champ de Bagatelle. Neste local, estabeleceu os primeiros recordes de aviação do mundo. Sempre se posicionou contra o patenteamento de suas invenções. Um dos maiores cientistas do século 20, cometeu suicídio no Guarujá, quando tinha 59 anos. Dizem que por desilusão ao uso militar e às atrocidades cometidas com a sua principal ideia.

Crédito da imagem: Thiago Diniz/Rolé Carioca

6 FAB na Guerra

Até a eclosão da 2ª Guerra, a aviação militar no país estava dividida entre o corpo de aviação da marinha e o corpo de aviação do exército. Em 1941, Getúlio Vargas assinou o decreto que criou o Ministério da Aeronáutica e reorganizou as forças armadas. Essa medida estruturou a Força Aérea Brasileira, com a transferência de aeronaves, investimentos em formação e aumento de efetivo. A nova força já nasceu com uma árdua missão, de patrulhar a costa do país, até que ataques de submarinos alemães e italianos a navios da marinha mercante brasileiros forçaram o país a declarar guerra às nações do eixo. Com o ingresso da FAB no teatro de operações extracontinental, a aviação de caça brasileira teve seu batismo de fogo – e papel fundamental no cumprimento de missões em solo italiano. Em 1944, o 1º Grupo de Aviação de Caça, operou como unidade independente do 350th Fighter Group na Itália, apoiando as tropas aliadas com as aeronaves de caça P-47 THUNDERBOLT. As missões em fevereiro de 1945, quando os caças da FAB atacaram o inimigo em Monte Castelo, contribuíram para a vitória dos combatentes da Força Expedicionária Brasileira (FEB). 

Crédito da imagem: Thiago Diniz/Rolé Carioca

7 Mulheres na Aviação

Ao direcionarem suas carreiras profissionais para a aviação, em particular à cabine de comando, as mulheres se deparam com um mundo predominantemente masculino, o que, por si só, representa quebra de paradigmas. No caso da presença feminina como piloto na aviação comercial, observa-se que nas últimas duas décadas têm acontecido consideráveis avanços. Apesar disso, a participação feminina é insignificante comparativamente a presença masculina na aviação. Para que as mulheres realizem o sonho de voar existem fatores estruturais que devem ser considerados, tais como o ambiente familiar, a escola, o meio social e demais obstáculos, formados no cotidiano e nas permanências culturais que criam estereótipos. Apesar da capacidade e da determinação, as pioneiras Thereza di Marzo e Anésia Pinheiro Machado, nos anos 1920, Lucy Lúpia, na década de 60, Carla Roemmler, que em 1996 foi a primeira brasileira a comandar um jato comercial, tiveram que ir à luta para que ocupassem o “reservado" espaço da cabine de comando. Afinal, pilotar uma aeronave independe da questão sexual.

Crédito da imagem: Thiago Diniz/Rolé Carioca

8 Visita aos Hangares

Mais de 120 aeronaves estão dispostas ao longo dos hangares que constituem a sede do museu. O hangar Nº2 exibe biplanos, aviões de patrulha e de transporte pequenos, como o CBA-123, primeiro protótipo de avião civil projetado inteiramente no programa de desenho CAD. O hangar Nº3 é concorrido, com diversos aviação de caça: P-40N, P-47D, e entre os modernos, o Mirage 2000C, um SEPECAT Jaguar da RAF e um EMBRAER AMX. No 4º ambiente, existe uma réplica de sala de instrução de pilotos, simuladores de voos por instrumentos e um simulador moderno da cabine de um 737 da Varig. Ali também ficam os “peso-pesados”: bombareiros e aviões de patrulha/ataque, como o Mitchell, Tracker, Neptune, Havoc e Invader. O penúltimo hangar tem como atrações os aparelhos da aviação de asas rotativas e os aviões anfíbios (Catalina, Albatross, Sea King, Huey, Jet Ranger e Wasp). O último hangar é dedicado aos grandes transportadores, entre eles o imponente C-47, o Electra II, o Widgeon e o Boxcar. 

Crédito da imagem: Thiago Diniz/Rolé Carioca

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! O Brigadeiro

Reza a lenda que o brigadeiro, docinho tão apreciado pelos brasileiros, se tornou uma gostosura nacional durante as eleições presidenciais de 1945. O nome da guloseima, similar ao da patente militar da Aeronáutica, teria se popularizado com o então candidato à Presidência da República, Brigadeiro Eduardo Gomes. Durante a campanha, apoiadoras "do Brigadeiro" vendiam o doce para arrecadar fundos e promover o candidato sob o slogan: “Vote no Brigadeiro, que é bonito e solteiro”. A tentativa de conquistar votos pelos olhos e paladar dos eleitores não vingou. O Brigadeiro perdeu as eleições para Eurico Gaspar Dutra, mas o doce virou mania sob os auspícios da indústria do leite condensado e do chocolate em pó.

! Senta a Púa!

Por que o símbolo do 1º Grupo de Aviação de Caça da FAB tem uma avestruz como ave símbolo, se esta ave nem voa? Entre as explicações, a “Avestruz Voadora” foi o toque humorístico dado ao emblema e simboliza o piloto de caça brasileiro com “estômago de avestruz”, que precisou se adaptar a diferentes alimentos durante as operações. Já o grito de guerra “Senta a Púa!” era um dito popular na década de 40, muito usado no Nordeste, e serviu para encorajar os combatentes a cumprirem rapidamente as missões que recebiam. Ficou sendo, para a FAB, o equivalente ao "Tally-Ho!" britânico e ao "A la chasse!" dos franceses. 

! Enigma Vandré

A última canção conhecida de Geraldo Vandré é uma homenagem à FAB, a Força Aérea Brasileira, e se chama "Fabiana". Compositor de sucessos como “Disparada” e "Pra Não Dizer que Não Falei das Flores", mais conhecida como "Caminhando e Cantando”, Geraldo ficou anos em silêncio depois que teve sua música censurada e partiu para o exílio. Os versos de ‘vem, vamos embora, que esperar não é saber’ se tornaram um hino contra a ditadura. Voltou ao país em 1973, e foi gradualmente abandonando a música – a não ser pelo tributo feito à Aeronáutica. Uma biografia não autorizada do músico, “Geraldo Vandré: o homem que disse não”, tenta desvendar esse enigma. 

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Atividades do MUSAL

Ao longo do ano, o Museu Aeroespacial realiza eventos em homenagem a datas comemorativas, como o aniversário de Santos-Dumont (em julho), a primavera dos museus (em setembro) e o Dia da Força Aérea Brasileira e o Dia do Aviador (em outubro). A programação especial costuma acontecer durante 2 dias, aos finais de semana, e tem como atrações demonstrações aéreas, paraquedismo, aeromodelismo, balonismo, exibição de filmes históricos, oficinas educativas infantis, além de um palco para shows musicais e uma área de alimentação com food trucks. O MUSAL AIRSHOW, programado para os dias 26 e 27 de outubro de 2019, conta ainda com programação recheada de acrobacias aéreas com Esquadrilha da Fumaça, Esquadrilha CEU, entre outras simulações de resgates e manobras de aeromodelismo. A entrada para os eventos é gratuita, mas o MUSAL pede doações de 1kg de alimento não perecível.

Consulte a programação: https://www.facebook.com/museuaeroespacial/
Av. Marechal Fontenelle, 2000 - Campo dos Afonsos
(21) 2157-2899

Crédito da imagem: Thiago Diniz/Rolé Carioca

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