O Rolé Carioca por quem foi ao Maracanã
Por Rolé Carioca,
Para o frequentador do Maracanã Daniel Bruno Brizzante Gonçalves, o estádio que já foi o maior do mundo definitivamente não é mais o mesmo. “Está pior. A modernização, na verdade, foi um processo de elitização”, opinou o engenheiro de 41 anos que acompanhou o grupo do #RoléCarioca no passeio pelo entorno do Maracanã. Esse botafoguense que comparece ao estádio há 25 anos acredita que, com o término da participação popular, grande parte da festa se foi. “A torcida agora é mais uma plateia – vai pra ver o jogo. O modo de torcer está se transformando e as novas gerações não vão saber o que era o antigo Maracanã."
Daniel ainda guarda no coração momentos alegres e tristes da história do Botafogo no Maracanã, como a inspirada ‘cavadinha’ do Loco Abreu na final do Campeonato Carioca de 2010 contra o Flamengo e também o empate contra o uventude na final da Copa do Brasil em 1999, que deu a vitória ao time de Caxias do Sul diante de um público de 110 mil botafoguenses. “Não estava presente, mas a final do Maracanã mais marcante para quem é botafoguense da minha geração foi o título carioca de 1989, quando a gente quebrou o jejum de 21 anos. E ainda era o verdadeiro Maracanã...”
Como ficou sabendo do Rolé Carioca?
Conheci pela internet, pelo Facebook, em 2015. Já fui no Rolé em Paquetá, então esse é meu segundo. Queria ir em Santa Teresa, mas não consegui.
Como morador da região, o que mais gostou neste percurso? Teve algo que não curtiu?
Adorei esse Rolé. Embora seja tijucano e conheça muita coisa por aqui, desconhecia o Centro Cultural do Wilson Moreira. Mesmo morando na região, a gente passa e nem repara em algumas coisas. Nem sabia que existia o Palacete da Laguna, por exemplo.
O que mais deixa saudade no antigo Maracanã?
Perdeu sua característica. No estádio antigo, você entrava pela rampa, era espetacular. Aquela coisa enorme, fenomenal. E agora não. Você entra, é igual a qualquer estádio novo e ficou idêntico a um estádio da Ucrânia. Encolheu e perdeu aquela coisa intangível, do sentimento que está dentro da gente que é torcedor. Pra quem era geraldino – frequentador da geral –a visão de campo acabou completamente. A participação popular não é mais a mesma, o perfil das torcidas mudou. O Maracanã está sem alma.