Ao entrar pelo portão principal, o primeiro edifÍcio que observamos é o Prédio da
Administração. Em formato de "L", a construção, assinada pelo arquiteto Ary
Garcia Roza, foi criada após a doação do sítio ao Estado brasileiro e abriga escritórios
da equipe técnica dà instituição, além de salas de aula, auditório e biblioteca.
Marx e seu irmão, Guilherme Siegfried Marx, chegam
à Guaratiba em 1949, adquirindo o primeiro dos três
terrenos remanescentes da Fazenda da Bica, que era
uma plantação de bananas. Depois de dois anos de
busca, Burle Marx finalmente encontraria o lugar ideal
para instalar sua coleção botânica: um terreno rodeado
de plantas, água abundante, com o solo adequado, uma
vista bucólica e longe da especulação imobiliária.
Aos poucos, o paisagista foi ampiiando a área do sítio
a partir da aquisição de outros terrenos nos arredores,
com novas instalações e reformas na estrutura.
Atualmente, o espaço possui oito edificações, além
de sete lagos, tudo isso permeado por uma das mais
importantes coleções de plantas vivas do mundo.
A casa é projeto de Guilherme Siegfried Marx.
É coberta por um telhado de cerâmica e possui
uma varanda lateral, que dá acesso ao interior:
uma sala, uma cozinha com área de serviço,
dois quartos e um banheiro. Foi destino da
família nos fins de semana, depois abrigou a
administração da empresa Burle Marx & Cia.
e, atualmente, é utilizada pelo setor técnico
do sítio. Em frente à casa, vemos uma árvore
da jurema (Chloroleucon tortum), nativa das
regiões costeiras do Brasil, utilizada por Burle
Marx na composição de muitos jardins como
no Aterro do Flamengo e na Lagoa Rodrigo
de Freitas.
Os sombrais são viveiros que foram
construidos para a aclimatação, o cultivo e a
propagação das plantas coletadas por Burle
Marx. Era nos sombrais que o paisagista e sua
equipe realizavam as pesquisas e o cultivo
para as experiências paisagísticas, uma das
principais razões da existência do sítio. O
Sombral Graziela Barroso abriga parte da
coleção de antúrios e leva o nome da grande
taxonomista de plantas nativas e a primeira
mulher a fazer concurso para ser naturalista
do Jardim Botânico em 1946.
O viveiro ostenta uma grande colecão
de antúrios e bromélias e é batizado em
homenagem à grande amiga de Burle Marx,
Margaret Mee. Ela foi uma ilustradora botânica
inglesa que se mudou para o Brasil para
ensinar artes em São Paulo e pintou várias de
suas ilustrações no Sitio Roberto Burle Marx.
Em seu acervo, o sitio possui dezoito aquarelas
originais e um livro de ilustrações de sua
autoria
A Capela Santo Antônio da Bica foi erquida
em homenagem a Santo Antônio, no arigo
Engenho da Bica, em 1690, Vinte anos depois
foi alvo da ação de franceses que invadiram
o Rio por Barra de Guaratiba, saqueando a
fazenda e o templo. Burle Marx chamou dois
amigos arquitetos, os modernistas Carlos Leão
e Lúcio Costa, para restaurarem a capela, que
hoje celebra missas aos domingos, casamentos
e batizados ao longo do ano.
No dia 13 de junho, dia de Santo Antônio, é realizada uma
procissão em homenagem ao santo, que parte
do portão de entrada do Sítio Roberto Burle
Marx e segue até a capela, onde as crianças
fazem a coroação do padroeiro.
A Loggia é um elemento arquitetônico aberto,
normalmente sustentado por colunas,
Faz ligação da Casa de Roberto à Capela
e tinha como função original servir como
pequeno ateliè para o artista trabalhar pintura
e serigrafia. É revestida por um painel de
azulejos pintados por Burle Marx e, ao centro,
está a mesa de pedra original usada pelo
artista, sobre a qual fica uma reprodução
tridimensional de uma de suas pinturas. No
teto, podem ser vistos dois candelabros,
decorados com sapucaia, urucum, cabaça e
outros frutos secos colhidos no Sitio, também
de autoria de Burle Marx. À esquerda de quem
entra pelos arcos, há uma passagem que da
acesso ao jardim entre a Casa de Roberto e a
Cozinha de Pedra.
As temporadas dedicadas às pesquisas e
intervenções botànicas levaram o artista a
reformar a residência do local. Em frente à
casa, um jardim ostenta variadas espécies de
bromélias e palmeiras. A mais alta e pontuda
é a palmeira triângulo, plantada por Burle Marx
com sementes trazidas da Ilha de Madagascar.
A varanda de madeira foi construida ao redor
de toda a parte dianteira da casa, levando à
entrada principal pela sala de jantar. A casa é
decorada com várias obras do artista e itens
que colecionou ao longo do tempo em suas
viagens pelo mundo.
Projeto dos arquitetos Francisco Rubem
Breitman e Haroldo Barroso Beltrão, neste
salão aconteciam as festas e banquetes
organizados pelo anfitrião. O chão do salão
é todo feito de pedra, o teto e as paredes
construídas em concreto, e a parede oposta à
entrada é decorada por um painel de cerâmica
feito por Burle Marx. As aberturas nas laterais
dão vista para os jardins, funcionando como
molduras de uma pintura natural. Em 1963, o
salão ganhou a alcunha de Pavilhão Roberto
Burle Marx pela premiação do Instituto dos
Arquitetos do Brasil, Ao lado da construcão
esta um jardim com uma coleção de velózias.
considerada a maior do mundo.
O Ateliê foi projetado para servir como local
de produção e realização de exposições
e cursos de paisagismo e botânica. Sedia
eventos, saraus, concertos e foi erguido em
etapas, sendo a primeira em 1970 com o
aproveitamento da fachada de um sobrado
demolido do centro do Rio. Anos depois.
executou-se o projeto do arquiteto Acácio
Gil Borsoi, que uniu a fachada a um novo
edificio. Outro painel em cerâmica feito
por Burle Marx decora a parede externa
do edifício, voltada ao jardim.
Se você é fà de frutos do mar, Barra de
Guaratiba é o lugar ideal para aproveitar
aquele almoço! Cercada pela vegetação nativa
de mangue, a região é uma opção de passeio
para aproveitar um pouco as praias mais
preservadas da cidade. Ao longo da Estrada
Roberto Bürle Marx e entorno, você vai reparar
em vários restaurantes com nomes de tias,
como Tia Penha e Tia Palmira. As tias abriram
suas cozinhas para atender a clientela que
começou a aumentar ao longo dos anos com
uma comida caseira de comer rezando, usando
os peixes e frutos do mar colhidos no bairro.
A chegada e atuação de Roberto Burle
Marx no paisagismo deixaram um legado
que até hoje perpetua em Guaratiba. Além
do incentivo à economia local, o paisagista
introduziu a produção de plantas ornamentais
no bairro, que hoje é conhecido por ser um
polo de hortos. O Sítio Roberto Burle Marx
contribuiu para a formação de jardineiros
e outros profissionais, que trabalharam ao
lado do paisagista no local e aprenderam
técnicas de cultivo e conservação de várias
espécies botânicas. A partir disso, abriram seus
próprios hortos que seguem em atividade e
influenciaram outros produtores a viverem
do ofício.