Galeria 1 – Ciência antes da ciência: Nas sociedades antigas, as mulheres eram consideradas detentoras de um poder sagrado, pois representavam a fertilidade, a terra e a criação. A sabedoria ancestral de parteiras, curandeiras e benzedeiras era reverenciada. Eram mulheres detentoras de conhecimentos sobre os ciclos naturais, fundamentais para a manutenção da vida e a cura das doenças. A partir do desenvolvimento agrícola, a divisão do trabalho e a criação da propriedade, esses saberes foram progressivamente desvalorizados e até criminalizados, com a criação da figura da “bruxa” perseguida pela inquisição. Esse processo de marginalização contribuiu para a construção de um sistema patriarcal que separou a ciência dos saberes populares e femininos, estabelecendo a noção de que o conhecimento legítimo era aquele produzido em espaços dominados pelos homens.
O Dia Internacional da Mulher tem suas origens na luta das mulheres por direitos civis, políticos e trabalhistas. Nesta data, o Rolé pela exposição Nós - Arte e Ciência por Mulheres, no Centro Cultural Futuros - Arte e Tecnologia, é um momento de celebração das conquistas femininas e de reflexão sobre os desafios que ainda existem na busca pela igualdade de gênero.
A exposição apresenta obras de arte e peças de acervos científicos que compõem narrativas sobre trajetórias e realizações de mulheres de diferentes épocas, lugares e culturas. Muitas foram invisibilizadas por um sistema social que silenciou suas vozes ou minimizou suas contribuições, seja pela exclusão de espaços de poder ou pela imposição de estereótipos com o objetivo de restringir seus potenciais. Ainda assim, elas criaram alternativas para desafiar as limitações e abrir caminhos para outras gerações.
Nesse 8 de março, em cada galeria dessa exposição, somos convidadas a enaltecer os entrelaces femininos que ao longo da história construíram Nós de resistência, assim como refletir sobre os Nós que ainda precisam ser desatados para alcançarmos nossos direitos em plenitude.
Este núcleo da exposição aborda a contínua luta das mulheres por uma sociedade mais justa para as suas existências, considerando aspectos como raça, classe, sexualidade e outros marcadores sociais que impactam suas experiências. Resgata biografias de mulheres cientistas e explora outros temas, como a carga mental feminina, ou seja, a responsabilidade invisível de planejar, organizar e garantir que tudo funcione, seja no trabalho doméstico ou em outras atividades que ainda recaem desproporcionalmente sobre as mulheres, o que compromete seu desenvolvimento acadêmico e profissional.
Nesta galeria, a exposição se concentra nas cientistas da atualidade que trabalham em projetos inovadores, em pesquisas para enfrentamentos de desafios globais, como meio ambiente, tecnologia e comunicação, em estudos que impulsionam novas descobertas. Desafios que impactam o nosso cotidiano são solucionados por uma nova geração de mulheres.
O edifício que abriga o Centro Cultural Futuros - Arte e Tecnologia foi sede da Estação Telefônica Beira-Mar, inaugurada em 1918, que contribuiu para inserção de mulheres no mercado de trabalho na função de telefonista, profissão que existe desde 1858, dois anos após Graham Bell ter inventado o aparelho. A inserção feminina em um ambiente profissional era e ainda é um dos primeiros passos para a conquista de mais direitos e oportunidades para as mulheres.
É muito importante reconhecer a presença de mulheres na produção científica. Entre exemplos notáveis do nosso presente, estão a biomédica Jaqueline Goes de Jesus e a imunologista Ester Sabino, reconhecidas por sequenciar o genoma do novo coronavírus apenas um dia após a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no Brasil. Jaqueline foca suas pesquisas em arboviroses emergentes e está envolvida em um projeto de mapeamento genômico do vírus Zika no Brasil. Ester, por sua vez, é pesquisadora no Laboratório de Parasitologia Médica, onde investiga o HIV, a doença de Chagas e a anemia falciforme.
O movimento feminista branco no início do século XX se concentrou principalmente em questões como o direito ao voto e à educação. Por sua vez, o feminismo negro, desde sua origem, abordava temas mais amplos, como o racismo e o classismo. Em 1992, no dia 25 de julho, foi realizado o 1º Encontro de Mulheres Negras da América Latina e Caribe, na República Dominicana. Nessa reunião, foi determinado o 25 de julho como o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, para a discussão e a construção de políticas públicas contra as múltiplas opressões enfrentadas por mulheres negras.
A Marcha das Mulheres Indígenas ocorre anualmente em Brasília, como um importante ato de resistência e reivindicação. Organizada por mulheres indígenas de diversas etnias e de diferentes estados, tem como objetivo lutar por direitos territoriais, pela preservação ambiental e de suas culturas. Mulheres indígenas desempenham protagonismos em suas aldeias, através da sustentabilidade e fontes de renda provindas de seus artesanatos, como guardiãs dos conhecimentos ancestrais de plantas e ervas, e em muitas outras funções. Na marcha, elas também exigem o fim da violência, o acesso à saúde, educação de qualidade e o reconhecimento das suas lideranças na política nacional.
Os Caminhos de Niéde Guidon é um podcast biográfico em oito episódios que narra a trajetória da arqueóloga brasileira Niéde Guidon. Explora desde um incidente em 1959, quando a cientista foi expulsa de uma cidade no interior de São Paulo por ensinar a teoria da evolução, até suas descobertas arqueológicas mais significativas. A série aborda os desafios políticos, ameaças de morte e dilemas pessoais enfrentados por Niéde ao longo de sua carreira, destacando sua posição como uma mulher à frente de seu tempo.
Os Caminhos de Niéde Guidon é um podcast biográfico em oito episódios que narra a trajetória da arqueóloga brasileira Niéde Guidon. Explora desde um incidente em 1959, quando a cientista foi expulsa de uma cidade no interior de São Paulo por ensinar a teoria da evolução, até suas descobertas arqueológicas mais significativas. A série aborda os desafios políticos, ameaças de morte e dilemas pessoais enfrentados por Niéde ao longo de sua carreira, destacando sua posição como uma mulher à frente de seu tempo.
O filme Estrelas Além do Tempo conta a história real de três mulheres negras cientistas estadunidenses que enfrentaram racismo e sexismo para desempenhar importantes funções na NASA durante a Guerra Fria. Com suas habilidades e luta por igualdade, ajudaram a garantir o sucesso de operações tecnológicas nas missões espaciais e deixaram um importante legado para a ciência.
O filme Estrelas Além do Tempo conta a história real de três mulheres negras cientistas estadunidenses que enfrentaram racismo e sexismo para desempenhar importantes funções na NASA durante a Guerra Fria. Com suas habilidades e luta por igualdade, ajudaram a garantir o sucesso de operações tecnológicas nas missões espaciais e deixaram um importante legado para a ciência.
“Um Rio de Mulheres - a Participação das Fluminenses na História do estado do Rio de Janeiro” é um livro de Schuma Schumaher e Érico Vital Brazil. A obra oferece um panorama da contribuição de mulheres diversas para a nossa história, do período colonial ao século XX.