Localizada na Baía de Guanabara, Paquetá é um bairro do Rio de Janeiro. A origem indígena de seu nome possui diferentes interpretações, como “lugar onde há muitas pacas”, “pedras caídas do céu” e “lugar das conchas”. Na afetividade popular, é conhecida como Pérola da Guanabara e Ilha dos Amores.
Desde 1999, a Ilha de Paquetá é uma Área de Proteção do Ambiente Cultural (APAC), categoria que assegura a conservação de seus valiosos patrimônios naturais, históricos, arquitetônicos e paisagísticos, que remontam ao período dos povos originários, ao contexto colonial e imperial, incluindo marcos contemporâneos que evidenciam sua relevância ambiental e cultural para a cidade.
O Rolé por Paquetá estimula o encontro com esses patrimônios para fortalecer sua preservação e valorizar os processos contínuos de transformação da ilha, reconhecendo-a como um espaço de memória singular.
A Praça Pedro Bruno homenageia o artista paquetaense Pedro Bruno (1888-1949), que se destacou na pintura, paisagismo e poesia, tendo a ilha como inspiração. Foi fundador da Liga Artística de Paquetá, responsável por valorizar e preservar o patrimônio cultural e ambiental local. Suas obras são tombadas e expostas também em museus, como o Museu da República e Museu Histórico Nacional.
O Museu da Comunicação e Costumes, na antiga casa de José Bonifácio em Paquetá, abriga mais de 20 mil peças sobre comunicação e vida cotidiana dos séculos XVIII ao XX. Restaurado em 2015 por Fischel Davit Chargel, o acervo inclui, fonógrafos, brinquedos antigos e documentos raros.
A área originalmente integrava a fazenda da sesmaria de Fernão Valdez. Posteriormente, os jesuítas exploraram o caulim presente no Morro de Santa Cruz, utilizado na produção de porcelana e abrindo diversos túneis de extração, ainda visíveis em vários pontos do morro. O terreno foi, em seguida, adquirido por Darke Bhering de Mattos, proprietário do Café Globo e dos Chocolates Bhering. Mais tarde, sua filha doou a propriedade à Prefeitura, que criou o parque em 1975.
Em janeiro de 2000, a Ilha de Paquetá foi afetada por um desastre ambiental causado pelo rompimento de um duto da Refinaria de Duque de Caxias (Reduc). Houve o derramamento de uma grande quantidade de óleo na Baía de Guanabara, que, impulsionado pela maré, se deslocou até a ilha e atingiu a maior parte do litoral, contaminando oito das onze praias. O acontecimento impactou a economia local e a memória dos paquetaenses.
De acordo com a crença, o negro escravizado João Saudade, da nação Benguela, rezava diariamente neste local para reencontrar sua família que ficou na África. Numa noite, João, que era a própria reencarnação da saudade, desapareceu misteriosamente e um grande clarão iluminou o cais onde ficava. A história é preservada na memória local, como símbolo das marcas da diáspora africana.
A Moreninha (1844), de Joaquim Manuel de Macedo, representa um marco do Romantismo brasileiro e foi originalmente publicada em formato de folhetim. Embora Paquetá não seja mencionado no texto, a identificação se tornou natural entre o público, pois a descrição do ambiente corresponde à imagem que os cariocas do século XIX tinham da ilha. A influência da obra rendeu homenagens locais, como renomear a antiga Praia Comprida como Praia da Moreninha.
O Baobá Maria Gorda foi tombado pelo INEPAC em 1967, junto com outras árvores. A denominação resulta de uma lenda. Segundo a tradição oral, Maria Apolinária, conhecida como “a Gorda”, era uma mulher escravizada na Ilha inconformada com a ausência de reconhecimento pelo trabalho realizado pelos escravizados, e que desejava deixar um legado que simbolizasse sua presença e contribuição. Após reiterados pedidos aos orixás para ser eternizada na terra, Maria desapareceu misteriosamente, surgindo, no local onde vivia e trabalhava, um Baobá.
Canhão em homenagem a Dom João VI que esteve em Paquetá em pelo menos três ocasiões. A primeira presença teria ocorrido entre março de 1808, data de sua chegada ao Rio de Janeiro, e junho de 1809. A segunda visita possivelmente aconteceu entre 21 e 28 de setembro de 1813, durante a Festa de São Roque. Por fim, no Solar Del-Rey, por volta de 1819.
O cacique Guaixará foi uma importante liderança da Confederação dos Tamoios na resistência contra os portugueses na Baía de Guanabara, especialmente na Guerra das Canoas (1566). Seu busto foi encomendado pela Academia de Artes, Ciências e Letras da Ilha de Paquetá (AACLIP) e é um dos únicos monumentos da cidade que homenageiam diretaramente um indígena por seus feitos, destacando seu protagonismo.
Paquetá possui um cemitério exclusivo para pássaros, considerado único no mundo! Idealizado pelos artistas Pedro Bruno e Augusto Silva, simboliza o carinho e o respeito pela natureza local. Nele, destacam-se os monumentos “O Pássaro Abatido” e “O Pouso do Pássaro Cansado”. Até hoje, moradores enterram ali suas aves.
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Casa_das_Artes_de_Paquet%C3%A1._(14811659364).jpg
A Casa de Artes Paquetá funciona em um casarão da antiga chácara de Ormy Toledo. Na primeira metade do século XX, Ormy transformou o espaço em um polo cultural, promovendo saraus com artistas como Pixinguinha e Lamartine Babo. Restaurado, o casarão se tornou centro cultural em 2001, preservando a tradição artística da “Ilha das Artes”.
No Carnaval de Paquetá, vários blocos tomam as ruas e reúnem moradores e visitantes. Além da festividade pela ilha, contribuem com o comércio local, impulsionando os pequenos negócios da comunidade. Entre os blocos mais conhecidos estão o Pérola de Guanabara, o Camelo, Unidos do Caraxué e o Explosão de Paquetá.
A Casa de Artes Paquetá é um espaço que promove arte, cultura e lazer. Fundada na antiga chácara de Ormy Toledo, mulher que acreditava no potencial da ilha como um polo artístico. A Casa oferece recitais, cineclubes, oficinas, exposições e outros projetos gratuitos.
No canal do YouTube do Rolé Carioca, a playlist Papo de Bar traz um vídeo especial com comentários sobre outras edições do Rolé em Paquetá, além de uma conversa com detalhes e curiosidades sobre a ilha. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=969vvP_JRoY&list=PLIUhei6vELWpDkuyV-cW7GHK8uVO3JEKI&index=7
Quer saber se as praias de Paquetá estão próprias para banho? Acesse o site do INEA (www.inea.rj.gov.br), clique em “Boletim de Qualidade das Praias” e selecione “Rio de Janeiro”. Por fim, confira o “Último Boletim Divulgado” para ver quais praias estão próprias ou impróprias para banho.
É um coletivo de empreendedores culturais focado no turismo sustentável e no desenvolvimento social local da Ilha de Paquetá. Organizam eventos como feiras, exposições, rodas de música ao vivo, cursos, oficinas e encontros mensais para fortalecer a base comunitária.