Copacabana foi inventada no século XIX, mais especificamente nos idos de 1890. O nome daquele extenso areal anteriormente chamado Sacopenapã foi definido no século XVIII, com a construção de uma pequena igreja dedicada a uma santa protetora das comunidades peruanas e bolivianas do entorno do lago Titicaca, Nossa Senhora de Copacabana. Nessa época, Copa era um canto inóspito e pouco explorado devido à topografia do Rio, em que maciços da Urca até Botafogo formavam um bloqueio natural e o acesso era feito através de uma passagem entre os morros. Em 1892, foi aberto o Túnel Real Grandeza (atual Túnel Velho), caminho que deu condição à rápida ocupação do bairro. O crescimento de Copacabana foi impulsionado pelo bonde elétrico e a abertura, em 1904, do Túnel Novo, transformando o bairro em sonho de consumo para uma elite e em ideal de lazer, com a popularização do banho de mar.
A partir da construção do luxuoso Copacabana Palace, em 1923, e da tecnologia dos elevadores e do concreto armado, a paisagem foi ocupada por edifícios de mais de oito andares – uma muralha que, décadas depois, eliminaria a circulação de ar fora da orla e reinventaria o perfil do bairro em conjugados e quitinetes. Entre os anos 50 e 60, o ponto de encontro da boemia viu surgir em um de seus becos um ritmo tão brasileiro quanto internacional: a bossa nova. Um balanço irresistível, como o suingue das ondas que formam o lendário calçadão de pedras portuguesas de Copacabana.
Crédito da Imagem: BNDigital
Ponto de acesso ao metrô inaugurado no bairro em 1998, recebeu o nome do primeiro cardeal do Brasil e da América, Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, arcebispo da cidade entre 1897 e 1930. Apesar do nome vinculado ao catolicismo, um gigante menorah, candelabro de 7 pontas do judaísmo, decora a praça e demonstra a multiplicidade da fé no Brasil.
Crédito da Imagem: Halley Pacheco de Oliveira
Para muitos, é considerado o local de nascimento da bossa nova, onde o jazz se misturou definitivamente ao samba para criar, no improviso, o mais internacional dos ritmos brasileiros. O Beco era composto por quatro bares, um do lado do outro: o Ma Griffe, Bacará, Little Club e Bottle´s. Foi ali que Elis Regina estreou nos palcos do Rio e outros feras como Jorge Ben, Wilson Simonal, Sérgio Mendes, Edu Lobo, Baden Powell, Alaíde Costa, Luis Carlos Miele e Ronaldo Bôscoli. Foi reaberto depois de anos fechado e marca a resistente boemia carioca
Crédito da Imagem: Site Copacabana.com
A construção do glamoroso hotel, em 1923, é símbolo de um Rio em busca da modernização e em fuga do abafado e insalubre centro velho. O bairro contava com poucas chácaras quando o empresário Octávio Guinle construiu o espaço neoclássico inspirado na Riviera Francesa. Numa época em que o banho de mar era tomado como prescrição médica, ajudou a introduzir a “cultura do sol” na vida carioca. Passou por apuros financeiros até ser absorvido pela rede hoteleira de luxo Orient-Express.
Crédito da Imagem: Alexandre Macieira/Riotur
Era o ponto final dos bondes elétricos da Cia Ferro Carril Jardim Botânico e confluência para as linhas que deram mobilidade ao antigo areal, a antiga Copacabana. Tem seu nome em homenagem ao militar defensor da República que foi ministro no governo do Marechal Floriano.
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O último dos cinemas de rua de Copacabana, algo que já foi a marca do bairro, é representante de uma longa linhagem, que já teve o Rian, uma de suas salas mais simpáticas à beira da praia, o Alaska, o Riviera/Cinema II, o Cinema Alvorada, o Americano, o Metro Copacabana, o Art-Palácio, o Paris Palace/Cinema I e o Royal/Holliday.
Crédito da imagem: site História do Cinema Brasileiro
Ainda não inaugurado, o museu exibirá um acervo digital sobre Carmem Miranda, a Rádio Nacional, o Carnaval do Rio, entre outros ícones culturais brasileiros. Tomou o lugar da Discoteca Help, que funcionou ali entre 1984 e 2010, famoso point de prostituição do Rio que estimulou um turismo muito ruim para a cidade, o turismo sexual.
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Em 1970, o projeto de Burle Marx para um novo calçadão inseriu novos desenhos as já famosas pedras portuguesas, mudando as formas das ondas e criando pequenos e marcantes paisagismos que transformam inteiramente a orla. No mesmo trecho da orla, um dos maiores poetas brasileiros, que morou, caminhou e viveu em Copacabana muitos anos, está para sempre eternizado no caminho do Posto 6.
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Foi construído onde existia a Igreja de Nossa Senhora de Copacabana e inaugurado em 1914. Concebido para impedir a aproximação de navios inimigos que pudessem ameaçar a entrada da Baía de Guanabara. Testemunhou episódios da história como o Movimento Tenentista de 1922, conhecido como Levante dos 18 do Forte. Abriga atualmente o Museu Histórico do Exército.
Crédito da Imagem: Alexandre Macieira/Riotur
Copacabana foi o primeiro lugar no Rio a adotar o calçamento de pedras portuguesas que se tornou um símbolo carioca, apesar da origem lusitana. Ainda em 1904, a destruição da pedreira do Ingá forneceu matéria prima branca e negra em quantidade para a colocação do extenso calçadão. Até os anos 30, as ondas formavam um desenho perpendicular ao mar. Um redesenho conferiu à calçada a orientação atual, em que a ondulação se propaga paralela ao quebra-mar.
No início do século XX, os banhos de mar eram tomados como prescrição médica: um mergulho entre seis e sete da manhã, de maneira medicinal, e, em seguida, devia-se ingerir um copão de leite. Para atender à demanda, o Estábulo Mimoso Internacional, onde se podia beber o copo ao pé da vaca, ou fazer encomendas, do português José Marques, funcionava em 2 endereços: na Avenida Nossa Senhora de Copacabana e na Rua Santa Clara.
Em 1926, a Revista da Semana, a mais lida da época, decretou que a praia era lugar para festas, flertes e piqueniques: “Todo banhista que se preza observa estes dois princípios fundamentais: vestir-se o menos possível e demorar-se o mais possível nas reuniões de areia.” Para atrair passageiros até Copacabana, a Companhia Ferro-Carril do Jardim Botânico imprimiu reclames nos cupons da passagens em versos pitorescos:
“Graciosas senhoritas, moços chiques:
Fugi das ruas, da poeira insana.
Não há lugares para piqueniques,
Como em Copa-ca-ba-na”.
Foi no Leme que a escritora Clarice Lispector se estabeleceu após separar-se do marido, em 1959, até o ano de sua morte (1977). O momento de ruptura influenciou Clarice a escrever a obra mais densa e considerada ponto alto de sua literatura, "A paixão segundo G.H.", que mistura filosofia, experimentalismo estético e misticismo. Narrado em primeira pessoa, o texto levanta questionamentos sobre o divino e o imoral, o amor e o sexo. A autora sempre mereceu figurar ao lado de Carlos Drummond de Andrade. Agora está representada com uma estátua no canto esquerdo da praia de Copacabana, pertinho do Leme.
A música toma o lugar absoluto do bar que existe desde 1968 nesta bucólica rua sem saída de Copacabana. Quase não há mesas para se sentar, e as apresentações de choro às segundas e terças, bossa nova às quartas e samba às quintas, sextas e domingos são reverenciadas por um público que aplaude de pé estalando os dedos, para não perturbar a vizinhança. Quem controla o som é o dono do estabelecimento, Alfredo Jacinto Melo, Seu Alfredinho, sentado ao lado dos músicos numa mesa na calçada. Nada se cobra, mas o show sempre vale uma contribuição.
Horários: Dom. à sex., das 19:00 às 23:45
Rua Almirante Gonçalves, 50 –Loja D
Tel: 2267-9696
Site: https://www.facebook.com/barbipbip/
Crédito da Imagem: Facebook BipBip
Afamado boteco boêmio de mais de 50 anos com pataniscas de bacalhau e pastéis servidos em mesas na calçada - essas, bem disputadas. Os que não conseguem mesa aproveitam o famoso chop bem tirado nesse bar que foi eternizado em uma crônica do jornalista e compositor Antônio Maria.
Horário: Segunda a dom., das 12h00 às 0h00 da madrugada.
Rua Hilário de Gouveia, 71 - Lojas A e B, Copacabana, Rio de Janeiro.
Tel: (21) 2236-2381
Site: www.facebook.com/pavaoazul
Crédito da Imagem: Facebook Pavão Azul
Localizado no Forte de Copacabana, o café tem a tradição Colombo com vista para o mar e serviço completo para café da manhã ou chá da tarde, que incluem seus famosos doces, salgados e waffles. Funciona com lista de espera por ordem de chegada aos sábados e domingos. É preciso pagar o ingresso de acesso ao Forte para sentar nas meses (R$ 6 para adultos).
Horário: Ter. a dom., das 10:00 às 20:00.
Praça Cel Eugênio Franco nº1 - Posto 6
Tel.: (21) 3201-4049
Site: http://www.confeitariacolombo.com.br/
Crédito da imagem: Site Confeitaria Colombo
É um núcleo de experimentação que funciona como referência para atores e companhias iniciantes e tradicionais, como a Cia dos Atores.
De segunda a domingo, das 16:00 às 20:00
Praça Cardeal Arcoverde s/n
Tel.: (21) 2332-7904
Site: https://www.facebook.com/teatroglauciogill/
Crédito da Imagem: Site Cultura.rj
Fundado por moradores do Pavão Pavãozinho e Cantagalo, a ONG comunitária reúne acervo com o registro do modo de vida de cerca de 20 mil moradores. Reconhecido pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) como ponto de memória, o espaço mostra os saberes e fazeres da cultura local, oferecendo ao visitante um contato direto com o cotidiano das comunidades, além de vistas panorâmicas das praias de Ipanema e Copacabana. Destaque para a Galeria de Arte a Céu aberto. Entrar em contato para horários de visitação
Rua Saint Roman, 200.
Tel.: (21) 2267-6374
Site: http://www.museudefavela.org/
Crédito da Imagem: Site Museu de Favela