E não é que Santa Cruz guarda surpresas além da imaginação? Para o estudante da Estácio Deividson Freitas dos Santos, 26 anos, morador de São Gonçalo, o trajeto realizado pelo #RoléCarioca pela localidade mais a oeste do Rio de Janeiro revelou um bairro diferente do que imaginava. Bem residencial e com ruas tranquilas, em meio a um parque industrial e marcos de diversas épocas da nossa história: a fazenda jesuítica que virou palácio real e imperial, os sobrados da virada do século XX, a vila operária e o que restou do Matadouro.
- Como você tomou conhecimento do #RoléCarioca?
Pelos professores da faculdade e o coordenador do curso de História do Campus de Alcântara, Maurício Bertola.
- Em quais Rolés você esteve?
Fui a um no ano passado e, neste ano, só faltei ao de Niterói. Hoje vim acompanhado por minha cunhada, Mariana Siqueira Castro, que veio pela primeira vez e pretende cursar história também.
- O que você não esperava encontrar aqui em Santa Cruz e te surpreendeu?
A questão do bairro. A gente tem um ideia de Santa Cruz, aquela velha história: o fim do Rio, longe pra caramba. O que pude perceber andando nas ruas é uma certa tranquilidade, um bairro bem residencial, agradável de se morar, aparentemente. Foge do senso comum pra quem está 'lá do outro lado', de que é um lugar perigoso. Eu achava que Santa Cruz fosse um pouco assim.
O Rio está carente de gente que lembre sua história! É o que afirma a historiadora Karina Cancella, 28 anos, que está terminando seu doutorado em História do Esporte e não vê muitasdisciplinas específicas sobre a cidade do Rio de Janeiro em sua área de formação. Para ela, o #RoléCarioca foi uma oportunidade de adquirir novos conhecimentos: depois do passeio pelo Catete, declarou-se enriquecida. Essa é a proposta do Rolé: ajudar nesse processo de melhoria e valorização do conhecimento.
- Como você ficou sabendo do RoléCarioca?
Foi pelo evento do Facebook. Alguns amigos compartilharam, começaram a enviar convites e achei interessante. Resolvi vir pela primeira vez e experimentar como é.
- O Catete é um local histórico bastante conhecido. Você já tinha feito algum passeio histórico por essa região?
Por essa área não. Fiz um tour guiado histórico uma única vez, pelo centro do Rio.
- Durante o passeio, alguma coisa te chamou a atenção? Algum fato/personagem que você desconhecia, o que foi novidade para você?
Bastante coisa! Na história, quando a gente se especializa e foca em determinados assuntos, é difícil ter uma visão global. E ainda há uma carência muito grande sobre a história do Rio de Janeiro, principalmente na formação da gente. Não temos muitas disciplinas específicas sobre isso. Aqui foram várias informações novas: os elementos que o professor falou no Largo do Machado, sobre a urbanização da área, as mudanças que foram acontecendo ao longo do tempo... Fiquei felicíssima de sair por aqui hoje, estou muito mais enriquecida.
- Você tinha ideia que haveria um evento no final do passeio ?
O professor comentou que haveria uma surpresa, mas não o que era. Adorei!